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Companhias aéreas comprometidas com a região da América Latina e Caribe

Diante das restrições de mobilidade impostas pelos Estados, como resultado da COVID-19, diferentes companhias aéreas que operam na região repensaram a sua operação e se concentraram em desempenhar um papel humanitário essencial por meio de voos especiais de repatriação e transporte de cargas com suprimentos vitais, apesar das difíceis decisões que tantas empresas tiveram que tomar para sobreviver na atual crise.
Voos humanitários: Embora as fronteiras estivessem fechadas, os céus não estavam. As companhias aéreas estão fazendo um esforço extraordinário para coordenar voos de repatriação com governos, aeroportos, embaixadas, outras companhias aéreas, cidadãos e até mesmo com pessoal médico em terra. Com os mais altos padrões de segurança, estamos procurando, em coordenação com governos e aeroportos, atender ao maior número de passageiros, mas as restrições de voo em nossos países ainda são uma limitação significativa.
Transporte de cargas: Como sendo um dos meios essenciais e mais eficientes de transporte, a aviação tem um papel fundamental no apoio aos Estados, garantindo o fornecimento de suprimentos médicos para atender a emergências sanitárias, bem como outros suprimentos que a população e o comércio necessitam. Essas operações são realizadas após a aprovação das autoridades e sob os mais rígidos padrões de saúde e segurança.
Algumas companhias aéreas têm usado a sua frota de passageiros para transportar cargas e realizar voos fretados (sob demanda), inclusive em rotas não operacionais. Tudo para colaborar com o transporte de suprimentos essenciais, como equipamentos médicos, alimentos e outros produtos perecíveis, tecnologias, medicamentos e objetos de valor, bem como outros bens que ajudam a dar continuidade às operações e ao comércio.
Segundo a OMS, o coronavírus pode subsistir em uma superfície de algumas horas a vários dias. A Organização indica que é seguro receber pacotes, considerando que “a probabilidade de uma pessoa infectada contaminar artigos comerciais é baixa e o risco de contrair o vírus que causa a COVID-19 por contato com um pacote que foi manuseado, transportado e exposto a diferentes condições e temperaturas também é baixa”.
Ainda assim, as companhias aéreas implementaram protocolos preventivos eficazes para garantir a saúde das tripulações e das cargas. Entre as medidas, citam-se: filtros sanitários, reforço de informações sobre desinfecção de pessoas e superfícies, gel antibacteriano a bordo, vigilância adicional de produtos (alimentos, formulários), saneamento de aeronaves, desinfecção de móveis, treinamento e comunicação adicional com colaboradores, clientes e fornecedores em relação a todas as medidas necessárias etc.
Graças a esses esforços, o transporte de carga por meio aéreo se tornou uma ponte essencial para minimizar o impacto da crise financeira global e, acima de tudo, fornecer produtos para todos os países.
As companhias aéreas membros da ALTA são um ótimo exemplo dessas ações. Podemos nomear a GOL, que isenta o pagamento da tarifa aérea a médicos que trabalham no combate à COVID-19 e precisam se deslocar, pagando apenas a taxa de embarque.
A Aeroméxico está unindo esforços com o Governo do México para transportar suprimentos médicos essenciais em vários voos, cobrando do governo apenas uma parte do custo da operação. Além disso, vem apoiando a Cruz Vermelha Mexicana no transporte gratuito de equipamentos de proteção para o setor de saúde para o interior do país, bem como realizando voos especiais para repatriar nacionais e estrangeiros em diferentes regiões do mundo.
A Avianca transportou mais de 30 milhões de quilogramas de carga, incluindo alimentos, equipamentos médicos, produtos de higiene pessoal e medicamentos em quase 700 voos. Da mesma forma, a companhia aérea operou mais de 24 voos especiais, deslocando passageiros alemães, ingleses, peruanos, canadenses, colombianos, americanos, guatemaltecos e equatorianos, entre outros.
A LATAM Airlines transportou mais de 100.000 pessoas para casa, sendo 80.000 em voos regulares e 20.000 em mais de 150 voos especiais de repatriação. Graças à sua capacidade de carga, transportou recentemente as células-tronco de Javiera, uma menina de 9 anos com leucemia esperando para ser transplantada. Da mesma forma, a Tropic Air desempenha um papel fundamental no transporte de cargas essenciais em Belize.
A Aerolíneas Argentinas realizou 48 voos de repatriação, transportando mais de 14.000 argentinos para casa. A Copa Airlines realizou 18 voos humanitários com o Wingo, possibilitando o retorno de mais de 2.300 passageiros, apesar de seu hub no Panamá se encontrar fechado.
Existem vários outros exemplos de assistência solidária de nossas companhias aéreas durante essa situação sem precedentes.
O setor está enfrentando uma crise de saúde financeira sem precedentes. Segundo dados do WTTC, 75 milhões de empregos estão em risco no setor de viagens e turismo em todo o mundo. As companhias aéreas foram forçadas a suspender investimentos, cancelar despesas não essenciais e a renegociar contratos com fornecedores e prestadores de serviços. Além disso, em algumas empresas, os funcionários contribuíram com uma porcentagem de seu salário para proteger seus empregos e permitir a continuidade da empresa.
Os esforços de sobrevivência têm exigido que as empresas tomem decisões complexas e, nessa linha, o papel que os governos desempenham é essencial, uma vez que milhões de empregos, em um mundo globalizado, dependem da indústria de aviação. As economias dos países não podem dissociar-se da conectividade aérea para o turismo e os negócios.
Na ALTA, temos orgulho de todas as nossas companhias aéreas associadas e de seus esforços extraordinários para subsistir e apoiar os diferentes países.
Os governos que implementam medidas de flexibilidade e apoio às empresas do setor de aviação serão lembrados por terem protegido algo essencial para o desenvolvimento econômico, a segurança e a paz social, que é a geração de empregos.
Aos governos que já implementaram medidas extraordinárias, nosso mais sincero agradecimento.
Para os Estados que ainda não anunciaram apoio, temos certeza de que, com o uso da razão e uma visão de futuro em questões econômicas, trabalhistas e políticas, nos ajudarão para que juntos, governos, setor aeronáutico e outros parceiros da aviação, como o setor hoteleiro, de restaurantes, cultural etc., vamos seguir em frente.
Da ALTA, reiteramos a nossa total disposição aos governos da região de avaliar e ajudar a determinar, em conjunto com a ICAO, CLAC, ACI-LAC, IATA e entidades necessárias, o planejamento da viabilidade e recuperação do transporte aéreo, que protegerá empregos, garantirá a segurança e, em suma, o bem-estar da população e, consequentemente, a sustentabilidade econômica de nossos países.